No começo do século XX nascia o movimento artístico que ficou conhecido como cubismo. Este trouxe uma grande revolução nos conceitos artísticos que vigoravam até então. Mas como ele surgiu? Qual contexto? De que forma chegou ao Brasil? A seguir traremos mais detalhes para que possam conhecer um pouco mais desta importante fase da história da arte.
Cubismo: seu início e inspirações
O movimento cubista teve seu início como citado anteriormente no Século XX, mais precisamente na sua primeira década, em 1907, com a obra “Les Demoiselles d’Avigon” de Pablo Picasso, tida como marco do início do cubismo. Sua origem é na França, mais especificamente em Paris. Ele surge como uma contraposição ao fauvismo, pois tinha como proposta trazer a realidade de uma forma inovadora.
Les Demoiselles d’Avigon – Pablo Picasso
Uma coisa interessante de se observar é a influência de Paul Cézanne no surgimento do movimento, ao ponto da primeira fase cubista levar seu nome. O francês pós-impressionista trazia já obras com forte presença de representações geométricas. Contudo ele não foi o único a inspirar os artistas nessa primeira fase.
Por exemplo, na obra citada de Picasso, também temos inspirações da arte africana, especialmente suas máscaras. Isso pode ser visto no rosto das mulheres de sua obra, que mostram forte referência delas. Juntamente com isso podemos até mesmo destacar a inspiração dos artistas na ciência do período.
Trabalhos revolucionários da época, como os de Albert Einstein, que envolviam conhecimentos nas áreas da física, matemática e especialmente geometria, passaram a povoar o imaginário dos artistas.
As características da arte cubista
Primeiramente vale entender o conceito básico do cubismo, que são as pinturas feitas a partir de formas geométricas como por exemplo cubos, cilindros e esferas. Juntamente com isso temos o abandono das técnicas que davam a noção de claro e escuro nas telas. Outras características importantes que podemos destacar são:
- Presença do Geometrismo, ou seja a representação da realidade por meio de figuras geométricas;
- Rompimento com os conceitos de harmonia, proporção, beleza e perspectiva;
- Forte inspiração na revolução industrial e em cenários urbanos do início do século XX;
- Busca pelos múltiplos pontos de vista;
- O predomínio de cores mais sóbrias e/ou opacas. Por exemplo: branco, verde escuro, preto, cinza, castanhos, laranja escuro, ocre, vermelho escuro, etc;
- O uso de técnicas de colagem com os mais variados objetos, pois temos a presença de recortes de jornal, madeira, objetos diversos, cacos de vidro, entre outros. A ideia era utilizá-los para compor as mais variadas cenas retratadas;
- Representação da natureza de forma mais simples;
- Não comprometimento a uma representação exata de cenários, pessoas ou objetos.
Com estes conceitos, podemos destacar as três fases do cubismo, que seriam estas:
Fase Cezannista ou Cezaniana (de 1907 a 1909)
Como o próprio nome diz, ela conta com forte influência da arte de Paul Cézanne. Pode-se dizer que era uma fase mais “experimental”, pois os artistas buscavam simplificar as representações da forma. Posteriormente temos a sobreposição de diversos ângulos no mesmo plano, com a intenção de mostrá-los de uma forma inovadora.
Fase Analítica ou Hermética (de 1910 a 1912)
Esta segunda fase já tem como base as obras dos dois “pais” do cubismo: Pablo Picasso e Georges Braque. Inclusive muito das pinturas do período contam com a junção das técnicas de ambos.
Já aqui as principais características são o foco no modo plano das figuras e uma maior fragmentação dos temas propostos. Em alguns casos fica difícil até reconhecer as figuras retratadas. Por fim temos forte presença de cores moderadas como tons de marrons, pretos, cinzas e ocres.
Fase do Cubismo Sintético (de 1913 a 1914)
Temos aqui uma maior facilidade de reconhecer as figuras retratadas, mas sem chegar muito próximo do realismo. Juntamente com isso, a presença de mais cores vivas e fortes, além do uso da colagem nas obras.
O cubismo no Brasil
O movimento cubista naturalmente chegou ao Brasil, mas não em sua forma mais “pura”. Isso porque neste período, além do modernismo, vivíamos o embrião do manifesto antropofágico. Ou seja, os artistas brasileiros já buscavam trazer algo mais autoral e que trouxesse também referências nacionais.
Ele ganhou muita força após a semana de arte moderna de 1922 e podemos ver as referências do cubismo especialmente nas obras de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Rego Monteiro, Cândido Portinari e Lasar Segall.
Um fato interessante é que até na literatura brasileira tivemos influência do cubismo. Sua principal característica era a “destruição da sintaxe” e entre seus expoentes aqui temos Oswald de Andrade, Raul Bopp e Érico Veríssimo.
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