Em 2022, a obra “Kiss Wall” de Bruce Williams completou 30 anos. Trata-se de uma das principais obras públicas presentes em território inglês e que foi a primeira permanente a ser feita pelo artista, pois até então todas suas intervenções eram apenas temporárias.
Especialmente por estarmos no mês do orgulho LGBTQIAP+, esta obra traz uma importante mensagem ao retratar igualmente todos os tipos de amor. Além disso, está presente em uma das cidades mais liberais da Inglaterra e que conta com uma das maiores paradas gay de todo o país.
Hoje mostraremos um pouco mais sobre o conceito e idealização dela, assim como o movimento artístico que a inspirou.
Kiss Wall: o concurso que deu origem a obra e a ideia vencedora do artista
Ao contrário do que ocorre com muitas intervenções públicas que conhecemos, esta não foi uma ideia que partiu do artista, mas sim um concurso feito pela cidade de Brighton. Na época, prometeu-se um prêmio de 10 mil libras para o projeto vencedor e que seria instalado em algum lugar da cidade.
Bruce Williams idealizou sua obra pensando na própria fama da cidade de ser extremamente liberal. Juntamente com isso, ele também teve em mente trabalhos anteriores que fez para campanhas contra o HIV. O artista deu mais detalhes sobre essa idealização:
“Eu estava pensando no beijo e no contexto mais amplo para criar algo que fosse sobre todos os tipos de relacionamentos diferentes, então peguei o beijo e o fiz sobre todos esses grupos diferentes.”
Dessa forma, ele trouxe um total de 12 pessoas que retrataram diferentes tipos de beijos. Por exemplo: temos o beijo apaixonado de casais do sexo oposto, do mesmo sexo, de etnias diferentes, de idosos e também temos o beijo fraternal, como o de pai com filho e da avó com a neta.
Vista da obra Kiss Wall
Essa diversidade de pessoas que aceitaram participar do Kiss Wall, deixou o artista extremamente satisfeito. Segundo ele, “essa variedade mostrou a união de todas essas pessoas e que só porque são diferentes não as separa. Espero que essa ideia continue”.
A idealização da obra e a técnica utilizada por Bruce Williams
Para criar Kiss Wall, Bruce Williams buscou referências principalmente na Pop Art. Isso pode ser visto no fato de que as imagens foram feitas perfurando uma chapa de alumínio de quatro metros de altura. Ou seja, a imagem se forma a partir da junção de uma grande quantidade de pontos, algo que é recorrente em obras do movimento.
Ainda assim, o artista explicou que tinha em mente, não as pinturas pop art, mas sim os jornais, como ele mesmo explica:
“Por alguma razão, eu estava pensando em imagens de jornais e na maneira como elas são feitas com pequenos pontos de tinta, então surgiu a ideia de desenhar algo sólido, mas também observando o tecnicismo de como uma fotografia é feita”.
Importante explicar que a Pop Art se vale exatamente de elementos encontrados na cultura popular para os artistas criarem suas artes. Sendo assim, jornais, quadrinhos, anúncios, entre outros elementos eram inspiração para as obras.
Só que a obra de Bruce Williams traz outras peculiaridades, especialmente pelo local onde foi instalada. O principal deles é o fato que nem sempre as imagens estão visíveis para quem as observa. Isso porque a luz que brilha atrás da obra vai fazendo as figuras das pessoas surgirem a partir do movimento que a pessoa faz para observar o Kiss Wall.
A vista por trás, mostra melhor a técnica utilizada por Bruce Williams
Isso também foi algo cuidadosamente pensado pelo artista, pensando justamente no conceito por trás do ato de beijar:
“O beijo é uma coisa que não dura muito tempo, é uma coisa bem passageira, então é muito legal chegar na escultura e ela ficar em branco e, conforme você vai se alinhando com a obra, elas (as pessoas se beijando) vão aparecendo.”
Os impactos de Kiss Wall para Bruce Williams e para o público
Como dissemos anteriormente, a criação de Kiss Wall foi a primeira intervenção pública permanente do artista. Desde então ele já fez dezenas de outras em cidades britânicas e com os mais diferentes temas.
Já a obra teve um impacto interessante para a cidade de Brighton. Além de ser um ponto turístico, a escultura também virou um incentivo para a demonstração de afeto das pessoas através do beijo. Segundo o próprio Bruce Williams é comum ele ir ao local e ver pessoas fazendo questão de se beijarem no local onde está a obra.
Recentemente a obra passou por um processo de restauro comandado pelo próprio artista.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA