Para aqueles que acompanham o mundo da moda, assim como o de celebridades, o MET Gala é um dos grandes eventos do ano. Sua importância é tamanha que nos EUA é chamado de “SuperBowl da moda” (alusão à final do futebol americano, a atração mais assistida no país).
Além da reunião de diversas estrelas dos mais diversos ramos, a festa beneficente é um dos mais importantes eventos de alta costura do ano, comparável até mesmo às semanas de moda. E pensando justamente nessa importância, hoje iremos mostrar as origens do MET Gala e como ele se tornou o que é hoje.
A origem do MET Gala
Suas origens remontam há mais de um século, nos anos de 1920, através da produtora de teatro, Irene Lewinsohn e da designer de palco, Aline Bernstein. Elas decidiram começar uma coleção de figurinos de diferentes fontes e épocas, com a intenção de criar um arquivo de peças que serviria como referência e pesquisa para outros profissionais do mundo teatral.
Em 1946, contando já com mais de 8 mil itens, esse arquivo passou a integrar o acervo do Metropolitan Museum of Art. Ele ganhou até mesmo um departamento próprio, batizado de “The Costume Institute”.
Contudo, o museu não tinha condição de manter esse departamento sozinho. Por isso, em 1948, Eleanor Lambert, responsável também pela criação da NYFW (New York Fashion Week), da lista internacional de mais bem-vestidos e do CFDA (Council of Fashion Designers of America), idealizou um evento para arrecadação de fundos.
Eleanor Lambert, a idealizadora do que veio a ser conhecido como MET Gala
Originalmente chamado de Costume Institute Benefit, desde o início o evento já tinha um caráter seletivo, com Lambert se valendo de toda sua valiosa lista de contatos para eleger os nomes que estariam presentes. Tratado como “a festa do ano”, ele acontecia em dezembro, à meia-noite e o convite custava meros 50 dólares por cabeça.
Como o MET Gala virou o que conhecemos hoje?
Inicialmente, o evento era itinerante, sendo realizado em diversos locais de Nova Iorque, mas isso mudou em 1973. Foi nesse ano que a lendária editora de moda Diana Vreeland, recém-saída de seus anos comandando a Vogue US, passou a prestar consultoria especial ao departamento.
Diana Vreeland, a mulher que revolucionou o MET Gala
A primeira grande mudança foi utilizar a própria instalação do Museu para a festa. Juntamente com isso, ela tornou o evento temático, funcionando como chamariz para as exposições anuais idealizadas por ela como mais uma forma de arrecadação. A partir dessa mudança, foi estabelecido um código de vestimenta que exigia trajes inspirados nos temas definidos por ela.
Por fim, ela também mudou a lista de convidados. A exclusividade das elites de Nova York foi substituída e o evento passou a ser frequentado por celebridades. Artistas, políticos e outros nomes importantes passaram a frequentar a festa, que se tornou o desejo dos famosos em marcar presença em um evento tão exclusivo.
Vreeland faleceu em 1989 e a socialite Pat Buckley assumiu a organização até 1995, quando Anna Wintour assumiu a responsabilidade pelo MET Gala.
Anna Wintour, responsável pelo sucesso financeiro e midiático do evento
A partir desse momento, ocorreu uma nova revolução na festa, pois deixou de ser realizada em dezembro e passou a ocorrer em maio, a partir de 2001. Além disso, ele passou a contar com a escolha feita a dedo pela editora-chefe da Vogue America, que tornou o acesso ainda mais restrito. Isso porque os convidados precisam desembolsar 35 mil dólares para ir ao evento ou então ir através dos patrocinadores, que pagam entre 75 e 250 mil dólares para ter uma mesa no local, que conta com um total de 600 pessoas presentes.
Por que o evento é tão importante para a moda?
Lady Gaga é sem dúvida uma das presenças mais marcantes da história do MET Gala
Toda a forma como o evento é vendido, assim como sua exclusividade e presença de nomes famosos, faz com que as atenções se voltem para o “tapete vermelho” do MET Gala. Ou seja, todo mundo deseja ver como as celebridades estão se vestindo para o evento, virando uma excelente vitrine para marcas e estilistas, que podem aproveitar a festa para mostrar suas criações.
Mesmo seguindo uma temática específica a cada ano (as roupas precisam fazer alguma referência a ele), ainda assim há uma maior liberdade para os participantes criarem, diferente das semanas de moda ou mesmo das coleções de estação. Isso nos traz a possibilidade de ver as marcas e estilistas ousando nos looks que estarão presentes no evento, até mesmo antecipando alguma tendência.
Isso pode ser visto através das roupas que chamam atenção a cada ano (e já tivemos dezenas). Celebridades como Cher, Naomi Campbell, Jackeline Kenneny, Gisele Bündchen, Lady Gaga e até a Anitta já desfilaram as mais diversas criações no MET Gala. Essas roupas podem ser mantidas pelas próprias celebridades ou devolvidas à marca ou estilista responsável.
Anitta no MET Gala 2023
O sucesso do evento, que em 2023, homenageou Karl Lagerfeld, é tanto que em 2022 foram arrecadados 17,4 milhões de dólares para programas educativos, exibições e trabalhos de conservação do museu, entre ingressos e publicidade.
DuaLipa, outra celebridade presente no MET Gala 2023
Atualmente, por conta do sucesso do MET Gala, a “The Costume Institute” do museu já possui mais de 33 mil objetos, cobrindo até o período do século XV.
Aprenda Moda e Estilismo na ABRA
Gostou destas curiosidades? E se fosse possível fazer um curso acadêmico completo, com acompanhamento individualizado e infraestrutura de ponta, seja em nossa sede ou no conforto de sua casa?
A ABRA oferece diversos cursos sobre moda e estilismo, disponíveis nas modalidades presenciais, online e EAD ao vivo. Conheça agora mesmo os benefícios e metodologias dos cursos presenciais clicando aqui e faça sua matrícula agora mesmo!
Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA