O mês de setembro marcou o final de um dos reinados mais longos da monarquia moderna, com o falecimento da rainha Elizabeth II após 70 anos no trono. Desde então, diversos temas envolvendo ela e a própria família real, ganharam espaço na mídia. E uma das coisas que sempre chamou atenção de muitos (sendo assunto de variadas revistas de moda), eram suas roupas.
Especialmente as mulheres, sempre ganharam capítulos à parte por conta de sua elegância. Por isso, hoje mostraremos um pouco mais da relação do mundo da moda com a corte, destacando especialmente quem cuida de suas roupas. Pois ao contrário do que muitos podem imaginar, não é apenas uma pessoa ou lugar que cuidam delas.
Família real e o mundo da moda – conheçam a “estilista da realeza”
Fundado em 1977, o ateliê da estilista Catherine Walker que fica em uma rua do Chelsea, em Londres, tornou-se um dos favoritos da família real. Primeiramente ele vestiu a princesa Diana por 16 anos e atualmente faz boa parte das roupas vestidas por Kate Middleton.
Segundo o diretor da marca Said Cyrus, marido de Catherine (ela morreu de câncer em 2010 e ele deu continuidade ao ateliê, fundado pelo casal em 1977), mesmo a marca sendo líder na alta-costura do Reino Unido, eles optaram por “manterem-se pequenos”. O processo é totalmente artesanal e conta com apenas duas coleções ao ano, algo incomum no chamado “fast fashion”.
Sobre a forma como eles lidam com as roupas da família real, antes de criar qualquer modelo, eles fazem uma vasta pesquisa. Inclusive durante o período que vestiam a Lady Di, eles viajavam até o país em que ela, com Charles, iriam visitar para entender sobre a cultura e não cometer nenhuma gafe.
Além disso, como forma de homenagem, incorporavam alguma cor, elemento ou estampa que fizesse uma referência direta (porém com sutileza, sem ser caricato) nos vestidos. Inclusive quando Diana veio ao Brasil em 1991 houve um pedido bem específico de não ser uma roupa azul e branca, para evitar referências à Argentina, que havia eliminado a seleção na Copa de 90.
Tal zelo faz com que até hoje eles cuidem das roupas das mulheres da família real. Inclusive, por contrato, eles pouco falam da relação com a corte, dizendo apenas que Kate é uma “boa cliente” e que o casamento de Harry e Megan (último grande evento social envolvendo a realeza até então) teve os convidados fazendo suas roupas lá.
Quem cuidava da roupa de Elizabeth II?
Ao contrário do que muitos podem imaginar, os característicos terninhos com saias não eram de um local específico. Na verdade, ela sempre contou com estilistas particulares para cuidar de seu guarda-roupa. Primeiramente guarda-roupa do dia-a-dia, a monarca incluiu o estilista Hardy Amies (até 1989). Posteriormente ela consultava os costureiros Stewart Parvin e Angela Kelly.
Sobre os terninhos, uma coisa que chamava atenção de muitos eram suas cores fortes, mas havia um motivo para isso. Segundo uma de suas noras (Sofia), o motivo era para ela sempre se destacar na multidão e ser vista independente de no local ter uma grande quantidade de pessoas.
Rainha Elizabeth II. Crédito: Reprodução/Instagram @theroyalfamily
Já seus sapatos eram da marca Anello & Davide of Kensington. A rainha usa sapatos assinados pela marca há 50 anos com peças detalhadas feitas à mão. Temos também a bolsinha preta da marca britânica Launer, além da função óbvia de carregar alguns itens, também servia como comunicação com seus assessores.
A explicação é que ao posicionar a bolsa de determinadas formas, ela indicava por exemplo se queria encerrar uma conversa sem ser indelicada. Por fim, seus chapéus eram criações do modista Freddie Fox. Ele estava entre os encarregados de criar sua vasta gama de adereços para a cabeça da rainha, até sua aposentadoria, em 2002.
Stephen Jones, o Chapeleiro da família real
Trata-se do recordista de modelos feitos para a família real. Muitas de suas criações foram vistas tanto com Meghan Markle, como com Kate Middleton, mas não se restringem apenas a elas. Isso porque falamos de um nome de muito destaque no cenário pop.
Por exemplo: o designer costuma criar peças para grifes como Dior, Balenciaga, Burberry, Vivienne Westwood e várias outras em suas muitas colaborações. Além disso, também trabalhou em figurinos de campanhas publicitárias, de marcas como Revlon, Lancôme e L’Oréal.
Até no cinema ele já ostentou suas criações, pois ele está por trás dos chapéus criados para Keira Knightley em “Desejo e Reparação”, para Audrey Tautou em “Coco Antes de Chanel”. Dentro do mundo da música já fez peças para Madonna e Grace Jones em seus clipes. Curiosamente foi através dela que ele surgiu, já que o designer caiu nas graças de Boy George durante os anos 80.
Atualmente, além da família real, ele também trabalha com nomes como Katy Perry, Rihanna e Mick Jagger.
O prêmio para jovens talentos do design britânico que leva o nome de Elizabeth II
Desde 2018 o British Fashion Council passou a oferecer o prêmio “Queen Elizabeth II Award for British Design“. Trata-se de uma premiação criada por ideia de Angela Kelly (a mesma que cuidava do guarda-roupa da rainha).
Segundo o British Fashion Council, foi acordado que um prêmio seria criado para reconhecer o talento emergente da moda britânica em nome da rainha Elizabeth II, para fornecer um legado de apoio à indústria. Este seria um reconhecimento do papel que a moda desempenhou durante o reinado da rainha.
A própria rainha Elizabeth II entregou o prêmio ao primeiro vencedor, Richard Quinn. Por outro lado, em 2022, Kate Middleton que premiou Saul Nash, pois a rainha já encontrava-se com sua saúde debilitada.
Considerações finais
Para além de consagrar diversos nomes da moda britânica, a família real (e a rainha), sempre mostraram grande interesse em exaltar as criações nacionais, tanto que Elizabeth II era considerada uma patrona da moda.
Para além do prêmio que leva seu nome, a tendência é que mesmo agora sem sua presença, a família real siga sendo um importante referencial de moda, tanto no Reino Unido como mundo afora.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA