Hoje em dia, o período da Páscoa está muito mais relacionado com os chocolates, coelhinhos e outros símbolos modernos. Entretanto, para quem possa desconhecer, a data se refere à crucificação e ressurreição de Jesus Cristo para a Igreja Católica. E é por isso que se trata de uma das datas mais retratadas por grandes artistas até hoje.
Pensando nisso, vamos mostrar algumas das obras mais importantes com temática relacionada à Páscoa.
1 – A agonia no jardim, de Andrea Mantegna (1458-1460)
A primeira obra que trazemos relacionada à época pascal se refere ao período entre A Última Ceia e a prisão de Jesus. Como um intenso estudioso da Antiguidade Clássica, o pintor Andrea Mantegna demonstra especial interesse pelos relevos de pedra, as ruínas escultóricas, os mármores preciosos, as pedras exóticas e os camafeus, ao ponto de a tábua não parecer pintada a pincel, mas esculpida na rocha viva.
A cena retrata um episódio do evangelho no qual Jesus decide se retirar para orar. Segundo Mateus e Marcos, o local é identificado como o jardim conhecido como Getsêmani. Jesus estava acompanhado por Pedro, João e Tiago, filho de Zebedeu, pediu-lhes que permanecessem acordados e orassem com ele. Ele então se afasta deles por um curto período para orar. Porém, quando retorna, encontra-os dormindo
2 – O Cristo carregando a cruz, de El Greco (1578)
Agora trazemos uma das obras-primas de El Greco, que mostra Jesus carregando a cruz até o calvário. Uma marca registrada do pintor é criar artifícios de dramatização da imagem, carregando a expressão de seus personagens de emoção e espiritualidade, de tal forma que essas impressões também sejam transferidas ao observador. E para isso, o artista usa linhas e formas alongadas em todas as partes do corpo, querendo dar o aspecto de transcendente e até se importando menos com o aspecto natural do corpo.
A cena retratada mostra Jesus carregando a cruz com a coroa de espinhos e com gotas de sangue no seu rosto. Um dos elementos mais impactantes é que Cristo foi pintado com um olhar lacrimoso e direcionado ao espectador.
3 – O sepultamento de Cristo, de Caravaggio (1603-04)
Esta obra-prima de Caravaggio traz algumas peculiaridades em relação à própria temática. Isso porque na época era normal que pintassem a descida do corpo de Cristo da cruz ou o seu sepultamento.
Contudo, ele deu um novo enfoque à sua composição, pois não mostrou nem uma coisa e nem outra, apenas o momento em que o corpo de Jesus está sendo colocado por João Evangelista e Nicodemos sobre a “Pedra da Unção”. Ou seja, a pedra usada para apoiar o corpo dele enquanto ele era ungido e vestido para seu sepultamento.
A obra traz muitas características do movimento barroco, como, por exemplo, o jogo de luz e sombra e a temática religiosa. Isso fica evidente com o fundo escuro, que visa dar total destaque às figuras em primeiro plano, chegando até mesmo a parecer projetar-se para o espectador.
4 – Ressurreição de Cristo, de Rafael Sanzio (1499-1502)
O mais interessante desta obra é que ela está em território brasileiro, pois faz parte do acervo do MASP. Trata-se de uma das primeiras pinturas conhecidas do artista, e acredita-se que seja um elemento de uma predela. Inclusive, levanta-se a possibilidade de ser uma das obras remanescentes do retábulo de San Nicola da Tolentino, a primeira encomenda documentada de Rafael, que sofreu com um terremoto em 1789 e conta com diversas partes espalhadas em museus europeus.
A pintura apresenta características que Rafael assimilou de seu mestre Pietro Perugino, como a rigorosa divisão dos eixos vertical e horizontal. Outros elementos da pintura, como a articulação simétrica entre os elementos centrais e periféricos das cenas, foram características vistas ao longo das obras do artista, que procurava alcançar um ideal de beleza harmônico, fruto dos valores da antiguidade clássica.
Isso pode ser visto em alguns detalhes, como os pés de Cristo marcando o centro do quadro, sobre o retângulo formado pelos quatro guardas, que gesticulam em diferentes direções. A tampa entreaberta do sarcófago, no centro dessa área, sugere volume e profundidade, assim como as colinas e montes ao fundo.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA