Diversas construções ao longo da história foram alvo de polêmicas, seja durante a edificação, logo após ficarem prontas ou até mesmo anos após concluídas. Vamos hoje destacar alguns dos edifícios mais controversos da história, alguns deles podem surpreender por estarem nesta lista.
1 – Torre Eiffel (Paris, França)
O maior símbolo da cidade-luz foi por muito tempo tratado com adjetivos pouco elogiosos como “chaminé gigante” e “um poste de iluminação verdadeiramente trágico”. A aversão a ela era tão grande que o romancista parisiense Guy de Maupassant disse o seguinte após sua finalização, quando estava em um café ao pé da recém-construída Torre Eiffel:
“É o único lugar em Paris onde eu posso comer e não ver aquela torre hedionda”.
Originalmente, sua construção foi para a “Exposição Universal de 1889”, comemorando os 100 anos da Revolução Francesa. Com projeto inicial de ficar exposta somente por 20 anos, uma das obrigações para Gustave Eiffel, autor do projeto, era que ela fosse fácil de desmontar.
No entanto, alguns fatores fizeram com que a Torre Eiffel se mantivesse além dos 20 anos previstos:
- Antena de rádio – a partir de 1903 começaram a usá-la como antena de rádio para transmissões militares. Ela foi útil até mesmo para interceptar transmissões durante a Primeira Guerra Mundial;
- Experiências científicas – testes de aerodinâmica, física, pressão atmosférica, eletricidade, entre outros, eram feitos no topo da torre, cedido para cientistas por Gustave;
- Estação meteorológica – desde sua construção, cientistas a usavam para medir condições atmosféricas em diferentes altitudes;
- Turismo – sim, apesar de controversa, a curiosidade de muitos fez com que em seu primeiro ano, mais de 2 milhões de pessoas fossem visitá-la.
Com o tempo, as pessoas passaram a “aceitá-la” e, atualmente, a imensa maioria a trata como um símbolo de Paris e uma “exceção arquitetônica” em uma cidade que até hoje mantém restrições rígidas para a altura de edifícios, assim como sua estética clássica, feitas ainda no século XIX por Georges-Eugène Haussmann.
2 – Igreja Sagrada Família (Barcelona, Espanha)
Este é um caso inusitado pelo tempo absurdo que a igreja está em construção. O projeto é de Antoni Gaudí e começou ainda no ano de 1882, mas sofreu uma abrupta interrupção após a trágica morte do artista ao ser atropelado por um bonde.
A igreja conta com nada menos que 18 torres simbolizando diferentes figuras bíblicas: os 12 apóstolos, os quatro evangelistas, a Virgem Maria e Jesus.
Só que a obra, desde a morte do artista, sofreu com diversos problemas. Por exemplo: quando Gaudí faleceu, menos de 25% do projeto estava pronto, com apenas uma das torres construída.
Posteriormente, no ano de 1930, o projeto original se perdeu quando o canteiro de obras e o estúdio de Gaudí foram vandalizados na Guerra Civil Espanhola. Desde então, tudo passou a ser feito com base em reconstruções e adaptações, o que levantou diversos dilemas éticos sobre a continuidade ou não da igreja.
Após decidirem por sua continuidade, ela já contou com nove arquitetos diferentes e, em 2026, no centenário da morte de Gaudí, finalmente ela será entregue. E, com seus 172,5 metros de altura, ela será a maior igreja do mundo, superando a Catedral Ulm, na Alemanha, com 161,53 metros.
3 – Conjunto Habitacional Pruitt-Igoe (St. Louis, EUA)
Certamente o grande fracasso dessa lista, tanto que os prédios nem existem mais. É considerado o projeto de habitação mais infame dos EUA, que recebeu críticas desde o seu lançamento.
A conclusão da obra foi em 1954, período em que o país sofria muito por conta da segregação racial e o aspecto do local, descrito por muitos como “semelhante a uma prisão”, não favorecia.
Para piorar, apenas poucos anos depois, os primeiros sinais de má conservação, vandalismo e crime já tomaram conta de Pruitt-Igoe. As galerias recreativas do projeto e os elevadores “skip-stop”, anunciados na época como inovações arquitetônicas, tinham se tornado áreas perigosas e fontes de aborrecimentos.
Moradores o descreviam como “o inferno na terra” e, mesmo sendo uma habitação popular, ele tinha diversos apartamentos vagos. Isso mostrava que muitos na região preferiam morar em qualquer lugar, menos ali.
A prefeitura da região investiu muito para tentar corrigir os problemas, mas em 1972, após mais de U$ 5 milhões gastos, eles decidiram demolir três dos edifícios do conjunto. Posteriormente, em comum acordo com o Departamento de Alojamento e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos, eles declararam Pruitt-Igoe irrecuperável e derrubaram os edifícios restantes.
4 – Opera House (Sydney, Austrália)
Outro caso que para muitos é inimaginável, mas o icônico Opera House chegou a ser um dos edifícios mais controversos da época em que foi construído. Isso porque, inicialmente, o projeto vencedor de Jørn Utzon foi rejeitado pela comissão do concurso.
Após aceito, ele recebeu apenas 18 milhões de dólares australianos e um prazo curtíssimo de 18 meses para concluir a obra. Só que a obra andava a passos lentos, pois até mesmo guindastes sob medida precisaram ser feitos na França por conta das coberturas elaboradas do local.
Em 1966, com os custos aumentando e a obra andando devagar, decidiram retirar Utzon e colocar Peter Hall. Ele alterou consideravelmente a obra, ela teve seu custo aumentado em mais de 100 milhões de dólares australianos e acabou concluída em 1973. Isso representou quase 10 anos a mais de adiamento em relação à previsão de conclusão com Utzon.
O idealizador da obra nunca a visitou depois de concluída, mas em 1999 recebeu uma desculpa formal do estabelecimento por tudo que aconteceu.
5 – “Walkie Talkie” na 20 Fenchurch Street (Londres, Reino Unido)
Uma das obras mais excêntricas da lista, trata-se de um projeto que nunca conseguiu conquistar a simpatia de quem mora na região. Além do apelido pouco elogioso, graças à sua semelhança com o aparelho de comunicação portátil, ele trouxe um problema bastante curioso para quem passa ou trabalha na localidade.
Por conta de sua estrutura, ele virou notícia na imprensa pela infeliz tendência do edifício em destruir objetos no nível do solo. Para entender o tamanho do problema, o reflexo do sol nele projetava um “raio” que atingia temperaturas de até 117° graus Celsius.
Após danificar carros, fachadas de loja, produtos, eles conseguiram solucionar o problema com toldos. Ainda assim, ele sofre críticas pelo efeito túnel de vento que causa na rua. E esteticamente a coisa não melhora muito, pois em 2015 (um ano depois de seu lançamento), ele foi eleito o prédio mais feio do Reino Unido.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA